Michelle Bolsonaro ataca Lula, aposta em retorno de Bolsonaro em 2026 e critica PT no Nordeste

Publicado em 16/08/2025 às 19:27:54
Michelle Bolsonaro ataca Lula, aposta em retorno de Bolsonaro em 2026 e critica PT no Nordeste

Em um evento do PL em Natal (RN), neste sábado (16), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro dirigiu críticas contundentes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamando-o de "pinguço" e "cachaceiro". Michelle também declarou que Jair Bolsonaro, atualmente inelegível, retornará ao Palácio do Planalto em 2026. A declaração sobre o PT foi enfática: votar no partido mais de uma vez é "burrice política", uma afirmação feita especialmente no Nordeste, região de forte apoio a Lula.

O evento contou com a presença de figuras importantes do PL, como o presidente do partido, Valdemar Costa Neto. Ele também mencionou a relação com os Estados Unidos, destacando que o presidente Donald Trump se manifesta "todo dia a favor de Jair Bolsonaro". Tanto Michelle quanto Costa Neto reiteraram a narrativa de que o ex-mandatário brasileiro é vítima de perseguição política por desafiar o "sistema".

Atualmente em prisão domiciliar desde 4 de agosto, Jair Bolsonaro cumpre decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que o proibiu de usar as redes sociais por descumprir medida cautelar. O ex-presidente também responde como réu por suspeita de liderar uma tentativa de golpe em 2022, o que pode acarretar em mais de 40 anos de prisão e estender seu período de inelegibilidade, já fixado até 2030 devido a duas condenações pela Justiça Eleitoral. Ele foi considerado culpado por abuso de poder político e econômico em relação a uma reunião com diplomatas estrangeiros e pelo uso político de eventos cívicos em 2022.

Michelle expressou que o "dói a alma" de Bolsonaro o impedimento de sair de casa, mas reafirmou a convicção de seu retorno e eleição em 2026, comparando-o a um "siri na lata" pronto para a ação. Pesquisas recentes, como a do Datafolha, indicam que Michelle possui a maior intenção de voto entre os membros da família Bolsonaro em um eventual confronto com Lula em 2026, com 24% das menções, contra 39% do petista. Seus filhos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, apresentaram intenções de voto de 18% e 20%, respectivamente, contra Lula.

Morando nos EUA, Eduardo Bolsonaro tem buscado apoio de membros do governo Trump para a imposição de sanções ao Brasil, visando pressionar o Judiciário antes do julgamento de seu pai. Michelle, por sua vez, atribuiu a tarifas impostas pelos EUA à "inabilidade" de Lula, falhas na diplomacia brasileira e ao que ela descreve como a marcha do país em direção a uma "ditadura".

"Uma diplomacia nanica, irresponsável. Foi oferecer jabuticaba para o Trump, agora nós estamos colhendo abacaxis", criticou Michelle, referindo-se a Lula. Ela também acusou o presidente de provocar sanções e culpar a família Bolsonaro, alertando que sanções são direcionadas a países "ditadores".

No discurso, a ex-primeira-dama também atacou a política do PT, mencionando a regulação das redes sociais e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ela acusou Lula de retirar a água do Nordeste propositalmente para se apresentar como salvador, classificando o ato como "maldade" e "pensamento maligno". Michelle reiterou as críticas a Lula, chamando-o de "mentiroso", "cachaceiro", "pinguço" e "irresponsável", mas concluiu com uma menção à "lei da semeadura".

O discurso de Michelle foi marcado por uma forte conotação religiosa, abordando o papel da mulher, o combate ao que chamou de "comunismo" e o "modus operandi dessa esquerda maldita". Valdemar Costa Neto complementou a fala, reiterando a ideia de perseguição a Bolsonaro e expressando otimismo quanto ao cenário político de 2026, com o objetivo de eleger um número recorde de representantes do PL.