Nadgol: O último jogador baiano a vestir a amarelinha e a esperança no talento do Nordeste
A semifinal da Copa Ouro de 2003, contra os Estados Unidos, no México, marcou um momento histórico para o futebol baiano. Naquela ocasião, a Seleção Brasileira entrou em campo com Heurelho Gomes, Maicon, Luisão, Alex, Adriano, Paulo Almeida, Diego Ribas, Kaká, Júlio Baptista, Nilmar e Robinho. O jogo, que garantiu a classificação do Brasil, foi também o último em que um jogador de clube baiano vestiu a camisa verde e amarela.
Esse feito coube a Nádson Rodrigues, o "Nadgol", atacante do Vitória. Natural de Serrinha, Nádson teve um 2003 espetacular, marcando 30 gols e atraindo a atenção do técnico Ricardo Gomes. O atacante relembrou a importância da convocação: "É uma história que ninguém vai apagar. Isso é muito importante na carreira de qualquer jogador, é algo que a gente leva para a vida toda. Sempre que tem convocação, meu nome vai estar lá. A minha foi em 2003, um ano espetacular. Eu estava subindo para o profissional, vindo da base, e fui artilheiro em todas as competições”.
Na Copa do Ouro, Nádson estreou contra o México e atuou novamente na semifinal contra os Estados Unidos, participando do lance que resultou no pênalti da vitória brasileira. Na final, o Brasil foi derrotado pelo México. Nádson destacou a experiência única de jogar ao lado de ídolos: "Na Seleção é tudo diferente: o ambiente, os treinamentos... é o topo do topo. Você está do lado de jogadores que antes só via no videogame. De repente, está dividindo o campo com eles. É surreal”.
Em 2003, "Nadgol" encantou pelo Vitória, com atuações memoráveis, como os três gols em um clássico Ba-Vi e os quatro gols contra o Palmeiras na Copa do Brasil. Sua performance culminou em 45 gols no ano e uma venda que ajudou financeiramente o clube, consolidando-o como ídolo. Mesmo sem a Bola de Prata, Nádson integrou a seleta lista de atletas nordestinos convocados para a Seleção, um feito que carrega grande orgulho.
A trajetória de Nádson inspira novos talentos do Nordeste. O volante Jean Lucas, do Bahia, é o mais recente convocado, e Nádson comemora a oportunidade: "É importante demais. Ele vem trabalhando muito, jogando muito bem. É um volante com força fora do comum. Hoje, poucos no futebol brasileiro fazem o que ele faz: marca, defende e chega na área toda hora. Então, é merecido. Fico feliz pelo Bahia estar fornecendo um atleta à Seleção. Isso representa muito para o Nordeste. Espero que ele tenha a oportunidade, entre em campo e represente nosso povo. Jean Lucas vai voltar muito melhor dessa experiência, vai aprender com os melhores. E quando você joga com os melhores, só pode evoluir”.
Jean Lucas se apresenta para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Além dele, o lateral Luciano Juba, também do Bahia, surge como forte candidato a futuras convocações, segundo o técnico Rogério Ceni: “Menino fantástico, com talento, passe, construção. Talvez o jogador que mais cresceu desde nossa chegada. [...] Escutem o que eu estou falando: fatalmente teremos um segundo jogador convocado para a seleção brasileira neste ano”.
