Peixe de grande porte achado no Oeste baiano traz risco a outras espécies, alerta professor

Um pirarucu de proporções impressionantes, com 80 quilos e 2,2 metros de comprimento, foi capturado em Malhada, no coração do Sertão do São Francisco, levantando preocupações sobre o impacto ambiental na região. A presença desse gigante amazônico, que pode atingir até 200 quilos e 3 metros de comprimento, representa um potencial risco para a fauna local.
Francisco Kelmo, professor de Ecologia e Biodiversidade da Ufba, alerta que o pirarucu, sendo um predador carnívoro, se alimenta principalmente de peixes menores, crustáceos e outros animais aquáticos, o que pode desequilibrar o ecossistema da área.
Ainda não se sabe ao certo como o peixe chegou ao estado, mas a principal hipótese é que tenha escapado de algum criatório, já que a espécie é frequentemente cultivada fora de seu habitat natural. O professor Kelmo defende que a criação de pirarucu pode ser uma alternativa viável, desde que siga rigorosamente o processo legal, incluindo o licenciamento ambiental, e medidas eficazes para prevenir fugas.
A captura do exemplar em Malhada, no dia 16 de abril, exigiu dias de planejamento e paciência. Os pescadores utilizaram uma rede resistente, atraíram o animal com sons na água e o puxaram com cuidado. Ao final, cerca de sete homens foram necessários para retirar o pirarucu da água, que foi posteriormente dividido em pedaços de pouco mais de 10 quilos para cada um dos trabalhadores.