PRD na Bahia: Promessas Vazias e Disputa Interna Deixam Pré-Candidatos à Própria Sorte

A intensa disputa pelo controle do Partido da Renovação Democrática (PRD) na Bahia, marcada pela rivalidade entre o deputado federal Elmar Nascimento (União) e o atual presidente Francisco Elde, apoiado por Bruno Reis, tem se desenrolado mais nos bastidores do que com resultados concretos para os pré-candidatos. Jovens apostas na Assembleia Legislativa baiana têm sido atraídas por promessas que beiram o devaneio político, em meio a um cenário de incertezas.
Elmar Nascimento, com o objetivo de consolidar seu projeto de poder estadual através do PRD, tem percorrido o interior do estado com ofertas generosas. A cada novo filiado disposto a concorrer a uma vaga na Assembleia, são prometidos de 10 a 15 mil votos "garantidos", além de volumosos recursos do fundo eleitoral. Uma estratégia de filiação de alto custo e com baixa sustentabilidade, especialmente considerando as dificuldades que o próprio Elmar enfrenta para garantir a reeleição de seu primo, o deputado estadual Júnior Nascimento (União).
Júnior Nascimento, que em 2022 obteve uma vitória apertada, agora se filia ao PRD com o desafio de se manter politicamente viável em um ambiente cada vez mais competitivo. Sua base eleitoral tem sido alvo de ex-prefeitos com forte projeção, como Luciano Pinheiro (PDT) de Euclides da Cunha, Dr. Thiago Gilleno (PSD) de Ponto Novo, Carlinhos Sobral (MDB) de Francisco Sá, Elinaldo Araújo (União) de Camaçari e Ditinho Lemos (União) de Santo Antônio de Jesus, aumentando a fragilidade política em torno de seu nome.
Agravando o quadro, a filiação do deputado estadual Marcinho Oliveira (União), com expectativas de votação expressiva, e do deputado estadual Paulo Câmara (PSDB), que também busca permanência, sugere um quociente eleitoral limitado e altamente disputado dentro do partido. Diante dessa realidade, a capacidade do PRD de assegurar a reeleição de seus atuais membros é questionável, levantando dúvidas sobre as promessas feitas aos novos filiados.
Paralelamente, Bruno Reis, embora também envolvido na disputa pela liderança do PRD, demonstra pouca confiança na sigla. Seu pré-candidato, Igor Domingues, já é especulado nos bastidores como possível filiado ao PL, um indicativo claro de que, sob a liderança de Elmar, o PRD pode ser apenas um veículo de promessas, sem a garantia de viabilidade eleitoral real.
A disputa pelo PRD na Bahia, em última análise, revela mais os interesses pessoais de seus protagonistas do que uma construção partidária sólida. A questão que permanece é se os pré-candidatos atraídos pelas promessas de votos e recursos já perceberam o risco e estão cientes de que, no PRD de Elmar, pode não haver espaço nem mesmo para os membros da família.