Putin atribui "expectativas infladas" a falhas em cessar-fogo na Ucrânia; EUA pressionam por acordo até 8 de agosto

Em meio à crescente pressão dos Estados Unidos para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feira (1º) que as decepções em relação a um acordo são resultado de "expectativas infladas". Segundo o líder russo, os objetivos de Moscou no conflito permanecem inalterados e as tropas russas continuam a avançar em território ucraniano.

Putin reiterou que, se "alguém está decepcionado com as conversas de paz, isso vem de expectativas infladas". Para alcançar o fim do conflito, a Rússia exige a anexação de aproximadamente 20% do território ucraniano, a proibição de adesão do país à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a desmilitarização forçada da Ucrânia.

A declaração de Putin ocorre após os EUA intensificarem seus esforços diplomáticos para encerrar a guerra. O presidente americano, Donald Trump, estabeleceu o dia 8 de agosto como prazo para que as negociações avancem.

"Tanto a Rússia quanto a Ucrânia devem negociar um cessar-fogo e uma paz duradoura. É hora de fazer um acordo. O presidente Trump deixou claro que isso deve ser feito até 8 de agosto. Os EUA estão preparados para implementar medidas adicionais para garantir a paz", afirmou o diplomata sênior dos EUA, John Kelley, em discurso ao Conselho da ONU.

Anteriormente, Trump já havia reduzido o prazo para o fim da guerra, de 50 para "10 ou 12 dias", declarando: "Não há razão para esperar". Washington ameaçou impor novas sanções a Moscou caso as negociações não progridam.

Trump expressou "grande decepção" com Putin, citando os contínuos ataques russos a alvos civis na Ucrânia. Um bombardeio com drones e mísseis em Kiev na madrugada de quinta-feira (31) resultou na morte de pelo menos 31 civis, incluindo uma criança de 2 anos, e deixou ao menos 159 feridos.

"Realmente senti que iria acabar. Mas cada vez que penso que vai terminar, matam mais gente. Não estou mais tão interessado em falar mais [com Putin]", desabafou o presidente dos EUA.