Rui Costa critica CGU por falha preventiva e diz que governo perdeu chance de conter fraudes no INSS

Em meio à crise das fraudes no INSS que abalaram o governo Lula, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apontou a Controladoria-Geral da União (CGU) como corresponsável pela situação. Em entrevista, Costa argumentou que a CGU não alertou o governo, incluindo o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, sobre os sinais de irregularidades detectados.

O ministro enfatizou a natureza preventiva do papel da CGU, afirmando que a atuação em tempo hábil poderia ter evitado a escalada do escândalo. Embora reconheça que as fraudes tiveram início na gestão anterior, Costa lamentou a demora do governo atual em agir com firmeza.

A operação "Sem Desconto", realizada pela Polícia Federal e CGU, expôs um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, com um desvio estimado em mais de R$ 6 bilhões. O caso resultou na demissão da alta cúpula do INSS e na saída de Lupi do governo, gerando tensões políticas com o PDT.

Apesar de reconhecer a parcela de culpa do Congresso, que revogou regras de verificação de descontos em folha em 2019, Rui Costa defende o fim do sistema de convênios que permite os descontos automáticos desde os anos 1990. Ele argumenta que a crise revelou a fragilidade do modelo e que é necessária uma revisão.

O ministro também solicitou uma análise detalhada para identificar as entidades que agiram de forma fraudulenta e as que operaram corretamente. Ele ressaltou que nem todos os casos envolvem intenção de fraude e que, em algumas situações, a reparação pode não ser necessária se o serviço foi prestado, mesmo que a autorização tenha sido obtida de forma questionável.

A CGU e seu chefe, Vinicius Carvalho, preferiram não se manifestar sobre as declarações de Costa. O governo agora busca elaborar um plano para compensar as vítimas e minimizar os impactos políticos do escândalo.