Desafio é convencer empresários e Congresso, diz Marinho sobre fim da escala 6x1

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, considera que o principal desafio para implementar o fim da escala 6x1 é convencer o empresariado e o Congresso Nacional. Ele defende um diálogo "construtivo" para reduzir a jornada de trabalho, visando a sustentabilidade a longo prazo, sem medidas "abruptas".
Em declaração durante a Feira da Reforma Agrária do MST, Marinho enfatizou a importância de um bom ambiente de trabalho para a saúde mental, prevenção de acidentes, aumento da produtividade e qualidade do produto. Ele ainda destacou que os empresários precisam enxergar os trabalhadores como consumidores em potencial, e a redução da jornada está ligada ao aumento da massa salarial e do trabalho formal, além do reforço à industrialização.
Para Marinho, a jornada 6x1 é "muito cruel", especialmente para as mulheres. Ele defende a redução da jornada de trabalho, começando pela diminuição de 44 para 40 horas semanais, mas reconhece que a decisão final caberá ao Congresso Nacional.
Segundo apurações, parte dos parlamentares e ministros já demonstra apoio à redução da jornada semanal em quatro horas. Marinho também comentou sobre a relação do governo com o Congresso, afirmando que os "vaivém" são naturais do processo democrático. A mudança exige uma PEC, instrumento legislativo complexo que demanda aprovação por maioria qualificada nas duas casas do Congresso.
Além disso, Marinho informou que a reforma ministerial está em fase final, sob a condução do presidente Lula, que deve anunciar as últimas mudanças em breve para iniciar o segundo semestre com as "colheitas possíveis".
Lula já deu um passo na reforma ao substituir a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, por Márcia Lopes, visando fortalecer a articulação do governo com a esquerda. Com essa mudança, já são 12 trocas na Esplanada dos Ministérios neste mandato. O presidente também estuda nomear o deputado federal Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral da Presidência.
Ainda, Lula precisa decidir sobre a permanência do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, no cargo, visando um possível novo direcionamento aos programas sociais do governo.