Estrelas do Axé marcam presença no São João da Bahia em 2025 e investimento em contratação ultrapassa R$ 16 milhões

A presença de artistas de Axé Music nas festas de São João no Nordeste, especialmente na Bahia, continua a gerar debate, apesar da possível influência rítmica mútua no passado. Para o São João de 2025, municípios baianos já preveem um investimento significativo, com contratações de estrelas do Axé e Pagode somando mais de R$ 16 milhões até o momento.
Recentemente, Ivete Sangalo, que abriu o São João de Caruaru, Pernambuco, defendeu a participação de artistas do gênero, argumentando que o Axé é um movimento musical regional e parte da cultura local para além do período de carnaval.
Há também justificativas individuais, como a paixão de Bell Marques pelo ritmo forrozeiro, evidenciada por discos dedicados ao gênero. Forrozeiros como Léo Estakazero veem a presença do Axé como positiva, destacando o esforço de alguns artistas em adaptar seus shows à cultura junina. "Muitos artistas do axé fazem shows de forró durante o São João. Tem artistas do Axé que respeitam, que gostam, e eles ali colocam metade do show, contratam os sanfoneiros para tocar, veste, se veste caracterizado. Existem pessoas que respeitam isso e se adaptam. Isso também contribui. Daniela Mercury, eu já fiz show com ela, metade do show, só forró. Saulo faz o show, homenagem a Dominguinhos. Bell, o Chiclete com Banana estourou com disco de forró. É uma questão de bom senso, é uma questão de você prevalecer, não perder a característica", afirmou Léo Estakazero.
Um levantamento do BN, baseado no Painel da Transparência dos Festejos Juninos do Ministério Público do Estado (MP-BA), identificou contratações de artistas de Axé e Pagode para o São João na Bahia que totalizam R$ 16.560.000 até agora.
No ranking dos maiores cachês identificados, Léo Santana lidera com sete apresentações agendadas no estado, excluindo shows realizados em micaretas. Com cachês variando de R$ 500 mil a R$ 600 mil, o artista deverá receber um total de R$ 4.830.000,00 por esses shows juninos.
Igor Kannário empata em número de shows com Léo Santana, somando sete apresentações em diversas cidades como Andaraí, Cardeal da Silva e Xique-Xique. Seus contratos variam entre R$ 180 mil e R$ 330 mil, totalizando R$ 1.670.000,00.
Bell Marques aparece em seguida com seis shows contratados para cidades como Irecê, Itaparica e São Gonçalo dos Campos. Com cachê fixo de R$ 700 mil por apresentação, o cantor tem previsão de faturar R$ 4.200.000,00 neste São João, sem contar shows em micaretas.
Xanddy Harmonia também registra seis shows para o período junino, excluindo apresentações de maio. Com cachê estabelecido em R$ 300.000,00 por show, o artista tem contratos para Nova Soure, Euclides da Cunha e Itaparica, totalizando R$ 1.800.000,00.
Entre as bandas de Pagode, La Fúria aparece com sete shows agendados (dois realizados em maio foram retirados da conta para o São João). Os cachês variam de R$ 90 mil a R$ 190 mil, resultando em um total de R$ 580.000,00. Psirico tem três apresentações contratadas com cachês entre R$ 165 mil e R$ 200 mil, somando R$ 530.000,00. Em carreira solo, Tony Salles tem quatro shows confirmados em junho, com cachês de R$ 200 mil a R$ 260 mil, totalizando R$ 950.000,00. Outros grupos de pagode como Guig Ghetto, O Kannalha e Pagod'art também figuram na lista.
No segmento Axé, Luiz Caldas tem uma apresentação em Jequié com contrato de R$ 200 mil. Saulo Fernandes faturará R$ 1.050.000,00 com três shows em cidades como Feira de Santana e Cachoeira, cada um avaliado em R$ 350 mil.
Notavelmente, artistas de grande projeção como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Margareth Menezes não aparecem listadas no Painel da Transparência do MP-BA consultado. A banda Babado Novo, comandada por Mari Antunes, é a única liderada por mulher a constar na lista analisada, com cinco apresentações contratadas por R$ 150 mil cada, totalizando R$ 750 mil.







