Governo Trump congela recursos para novas bolsas de pesquisa em Harvard

A disputa entre o governo Trump e a Universidade Harvard ganhou um novo capítulo com o anúncio do congelamento de recursos federais destinados a novas bolsas de pesquisa. A secretária de Educação, Linda McMahon, em carta à universidade, reiterou exigências relacionadas ao combate ao antissemitismo no campus e à revisão de políticas que consideram a raça dos alunos. O governo alega que Harvard abandonou a busca pela "excelência acadêmica" e emprega "relativamente poucos" professores conservadores.

McMahon informou que Harvard não deve mais buscar bolsas do governo, sem especificar o valor bloqueado. A universidade ainda não se manifestou sobre a medida, que representa uma nova estratégia do governo Trump, cujas tentativas anteriores de congelar fundos já existentes enfrentaram questionamentos jurídicos.

O governo Trump tem pressionado universidades americanas a adotarem medidas sob a ameaça de retirada de subsídios. Harvard foi a primeira grande instituição a desafiar o presidente, o que intensificou as ações do governo. Trump já afirmou que pretende retirar o status de isenção fiscal da universidade.

Trump acusa diversas entidades de educação e imprensa de serem esquerdistas e tendenciosas, alegando que as universidades não coíbem atos antissemitas durante protestos contra a guerra na Faixa de Gaza.

Em abril, o Departamento de Educação exigiu que Harvard diminuísse a influência de docentes e alunos "mais comprometidos com o ativismo do que com o conhecimento", e que um painel externo auditasse a comunidade acadêmica para garantir "diversidade de pontos de vista". O governo também exigiu o fim de políticas afirmativas baseadas em raça e a reforma do processo de seleção de estudantes estrangeiros.

Harvard se recusou a cumprir as exigências, levando ao congelamento de US$ 2,2 bilhões em fundos federais e a um pedido de desculpas não atendido. A universidade processou o governo, alegando violação da liberdade de expressão.

Desde o início de seu mandato, Trump tem criticado universidades por supostamente lidarem mal com protestos pró-Palestina e permitirem a disseminação do antissemitismo. Manifestantes, incluindo grupos judeus, argumentam que suas críticas às ações de Israel em Gaza são confundidas com antissemitismo.