Mulheres com dificuldades para engravidar apresentam cerca de 25% a mais de sintomas depressivos

Publicado em 20/05/2025 às 18:05:14
Mulheres com dificuldades para engravidar apresentam cerca de 25% a mais de sintomas depressivos

Mulheres enfrentando dificuldades para engravidar têm uma probabilidade significativamente maior de apresentar sintomas depressivos, cerca de 25% a mais do que aquelas que não enfrentam essa situação. Dados de 2023 da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mulheres com o desejo da gravidez são as mais vulneráveis a desenvolver problemas de saúde mental, como explicado pela médica Isa Rocha.

"Essas mulheres podem ter ansiedade, entrar em depressão", cita a médica. "Elas restringem tanto a vida e são tantas negativas mensais que entram em período crítico e desenvolvem crises de estresse elevado, que também podem comprometer o corpo físico."

O termo "tentantes" refere-se a todas as mulheres que buscam a gravidez, seja de forma natural ou por meio de tratamentos de fertilidade. Especialistas recomendam que um casal procure auxílio profissional após um ano de tentativas de engravidar sem sucesso. Para mulheres acima de 35 anos, essa avaliação deve ser considerada mais cedo, após seis meses de tentativas.

Um casal saudável tem cerca de 20% de chance de engravidar durante o período fértil da mulher a cada ciclo menstrual. No entanto, a idade da mulher é um fator crucial que impacta a gestação natural. As chances diminuem progressivamente: de 26 a 30 anos, a probabilidade é de aproximadamente 18%; entre 31 e 35 anos, cai para cerca de 15%.

Para aquelas que já identificaram dificuldades de fertilidade, a reprodução assistida oferece diversas opções de tratamento adaptadas a cada caso. A inseminação artificial é um dos caminhos possíveis. As taxas de sucesso da inseminação artificial variam entre 10% e 20%, mas são significativamente influenciadas por fatores como estilo de vida, qualidade da alimentação, hábitos (vícios), uso de medicações e histórico de doenças prévias.

Atualmente, a Fertilização in Vitro (FIV) é o tratamento mais comum. Suas chances de sucesso dependem fortemente da idade da mulher; em pacientes com até 30 anos, a taxa por tentativa pode atingir entre 60% e 70%. "As mulheres não devem se deixar abater", afirma a especialista, acrescentando que "com os avanços da medicina reprodutiva, as chances estão sendo ampliadas a cada dia."

A jornada como "tentante" é um período particularmente sensível e importante para o casal. O apoio da família e de profissionais qualificados é fundamental, especialmente se optarem por tratamentos. É crucial que as reais chances de sucesso sejam explicadas antes de qualquer procedimento. Nesse período, a vida tende a se basear no ciclo menstrual, gerando uma avalanche de expectativas a cada mês. Por isso, um acompanhamento multiprofissional, incluindo suporte psicológico, é indispensável.

É importante que as tentantes saibam que a gravidez é influenciada por múltiplos fatores e que, embora possa acontecer rapidamente para alguns, para outros pode levar mais tempo do que o desejado. O médico investigará as possíveis causas da dificuldade, que podem incluir fatores ligados ao estilo de vida, infertilidade masculina ou feminina. A fertilidade feminina, além da idade, depende da saúde do útero, da reserva ovariana, da funcionalidade das trompas e ovários, da regularidade dos ciclos menstruais e da ausência de problemas hormonais. Já a fertilidade masculina exige a produção de espermatozoides em quantidade e qualidade adequadas, além da capacidade de ejaculação.

A alimentação emerge como uma grande aliada para as tentantes. Fazer escolhas nutricionais adequadas pode preparar o organismo para a gestação. A recomendação é reduzir o consumo de alimentos gordurosos, ricos em sódio e açúcares, privilegiando frutas, legumes e verduras. Nutrientes como Vitamina E, B6, Zinco e Ômega 3 são particularmente importantes e podem ser encontrados em carnes vermelhas magras, sementes, peixes, frutas, castanhas e produtos com gérmen e farelo de trigo. É fundamental lembrar que as necessidades nutricionais são individuais, o que reforça a importância do acompanhamento com um nutricionista.