Ofício de Baiana de Acarajé: Caminho para Patrimônio Imaterial de Salvador Gana Novo Passo

Publicado em 28/08/2025 às 15:04:33
Ofício de Baiana de Acarajé: Caminho para Patrimônio Imaterial de Salvador Gana Novo Passo

O icônico ofício da Baiana de Acarajé está cada vez mais próximo de ser reconhecido como Patrimônio Imaterial de Salvador. Na última quarta-feira (27), a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam) foi oficialmente notificada sobre a abertura do processo de registro. A cerimônia ocorreu durante a VI Jornada do Patrimônio Cultural e representa o primeiro passo formal para a salvaguarda da atividade, de acordo com a Lei 8.550/2014.

Vagner Rocha, diretor de Patrimônio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), destacou que a iniciativa reforça o compromisso com a preservação dessa tradição afrodiásporica, cujas raízes remontam às primeiras afroempreendedoras do Brasil no período colonial. Ele ressaltou que, mesmo antes do início formal do processo, a FGM e a Prefeitura de Salvador já desenvolviam ações de salvaguarda, reconhecendo a importância do ofício para a paisagem e o imaginário cultural soteropolitano.

Para Rita Santos, presidente da Abam, a notificação é um marco fundamental para a valorização do trabalho das baianas, que se consolidaram como um símbolo da identidade local. "Salvador tem a cara das baianas e as baianas têm a cara de Salvador", afirmou, enfatizando a relevância do reconhecimento para a cidade, para as baianas e para as gerações futuras que dão continuidade a esse legado. Ela expressou o desejo de que a cidade intensifique a valorização do ofício com a concessão do título.

Atualmente, Salvador conta com aproximadamente 3,5 mil baianas de acarajé em atividade. O trabalho dessas mulheres não apenas impulsiona a economia local, gerando renda para milhares de chefes de família, mas também desempenha um papel crucial no turismo cultural, atraindo visitantes em busca da autêntica culinária baiana.

O ofício já detém o reconhecimento de Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, concedido pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) em 2012, com revalidações periódicas a cada cinco anos. Além disso, desde 2005, é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).