Botafogo faz cortes nos esportes olímpicos; remo tem despedidas e protesto

Publicado em 09/05/2025 às 16:46:07
Botafogo faz cortes nos esportes olímpicos; remo tem despedidas e protesto

Em meio a um período de reestruturação financeira, o Botafogo promoveu cortes significativos em seus esportes olímpicos, levando à descontinuidade de algumas modalidades. No remo, esporte tradicional do clube, atletas protestaram contra as mudanças, inclusive com uma manifestação na Lagoa Rodrigo de Freitas. A readequação resultou na saída de nomes como Beatriz Tavares, atleta olímpica, Chloé Gorski e Kissya Calado, consideradas "naturais" pela diretoria diante de outras propostas.

João Gualberto, vice-presidente de Remo, explicou que o clube busca equilibrar as finanças, dependendo de contribuições de sócios e receitas patrimoniais. A demissão do coordenador técnico Alexandre Fernandes, o Xoxô, também foi justificada por critérios financeiros. A aposta, segundo a diretoria, é nas categorias de base, com os treinadores Paulo Vinícius (Paulinho) e Lucas Tedesco.

Apesar dos cortes, o clube manteve Lucas Verthein, medalhista de ouro no Pan de Santiago-2023, e Uncas Batista. O CEO Gilnei Botrel ressaltou que o clube está reavaliando e readequando modalidades, priorizando o equilíbrio financeiro e buscando um projeto de quatro anos para qualificar os esportes e oferecer conforto aos sócios.

No judô, a equipe foi desfeita e agora integra um projeto em parceria com o Idec. O projeto de jiu-jítsu também foi descontinuado. O futuro do basquete ainda é incerto, mas o clube busca viabilizar a autossustentabilidade financeira da modalidade.

As decisões contrastam com promessas de aumento de investimento nas modalidades associativas feitas pelo presidente eleito João Paulo Magalhães. Em resposta, o CEO Gilnei Botrel afirmou que o clube mantém o compromisso com o desenvolvimento dos Esportes Olímpicos, preservando atletas com potencial competitivo e mantendo parcerias no vôlei de praia e no skate. A parceria com o Magé Futsal não se concretizou por razões alheias ao clube, mas o Botafogo segue com um projeto próprio na modalidade.

É importante ressaltar que o Botafogo associativo não tem ligação financeira com a SAF, liderada por John Textor, cujos investimentos são direcionados ao futebol. No passado, Textor demonstrou interesse pelo remo, chegando a contribuir para a compra de um barco para Lucas Verthein.