Cruzeiro e Santos furam boicote de clubes e vão à eleição da CBF

Cruzeiro e Santos surpreenderam ao comparecerem à eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) neste domingo, rompendo um boicote previamente acordado. Os dois clubes faziam parte de um grupo de 21 agremiações que haviam assinado um manifesto declarando que não participariam do pleito em protesto contra o processo eleitoral vigente e a falta de protagonismo dos próprios clubes.

Apesar do compromisso firmado, representantes de Cruzeiro e Santos estiveram presentes na votação que referendou Samir Xaud como novo presidente da entidade. Xaud foi eleito com 103 votos de 108 possíveis. O placar indica que houve poucas divergências ou ausências entre os votantes (clubes da Série A e B, além das federações estaduais), tornando incerto como exatamente Cruzeiro e Santos votaram. Vale lembrar que votos de clubes da Série A e B têm peso dois, enquanto os das federações têm peso um.

Questionado sobre o voto do clube, o representante do Cruzeiro presente na CBF optou por não revelar a escolha. No caso do Santos, a representação não coube ao presidente Marcelo Teixeira, mas sim a outro dirigente.

A eleição contou com a participação de dez clubes da Série A, dez da Série B e 26 federações estaduais. Embora presentes, nem todos os votantes necessariamente apoiaram a chapa eleita.

Enquanto isso, outros signatários do manifesto, como Fluminense, Flamengo, Corinthians e São Paulo, mantiveram a decisão de não comparecer à sede da CBF para o pleito, honrando o compromisso assumido no início da semana.

O manifesto original, divulgado na terça-feira, afirmava: "SEM CLUBE NÃO TEM FUTEBOL. O futuro do futebol brasileiro precisa ser pautado pela democracia, transparência e representatividade. Neste domingo, haverá eleição para o próximo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas não compareceremos à votação por discordarmos do processo vigente. Estaremos prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor." O texto era assinado por América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo-SP, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, Santos, São Paulo e Sport.