Dirceu critica juros a 14,75% e chama taxa do Banco Central de "crime"

Publicado em 18/05/2025 às 12:05:14
Dirceu critica juros a 14,75% e chama taxa do Banco Central de "crime"

José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e figura destacada do Partido dos Trabalhadores (PT), qualificou como “crime” a taxa básica de juros mantida pelo Banco Central em 14,75%. A crítica foi externada durante entrevista, na qual o dirigente petista demonstrou profunda insatisfação com a atual política monetária do país.

Dirceu argumentou que a elevada taxa de juros não é eficaz para combater a inflação e, ao contrário, tem efeitos negativos sobre a economia. “Eu considero um crime o Brasil ter uma taxa de juros alta. Isso não vai resolver o problema da inflação. Sou contra a taxa de 14,75%. Ela aumenta a dívida pública, impede o investimento”, declarou ao Metrópoles.

Ao ser questionado se sua crítica se estendia ao economista Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula para a liderança do BC, Dirceu evitou direcionar nomes específicos, respondendo que condenava a “atuação do Banco Central”.

Para o ex-ministro, o Brasil opera com um déficit primário praticamente nulo, e a inflação está acima da meta devido a um parâmetro que ele considera irrealista. Ele defende que a meta de 3% é inadequada para a realidade brasileira, lembrando que durante o primeiro governo Lula, as metas eram diferentes, variando entre 4%, 5,5% ou 2,5%, mas nunca 3% como meta central. “Três por cento num país como o Brasil é irreal. A meta não era essa. Eu sempre fui contra desde o primeiro governo do Lula. A meta era 4%, 5,5% ou 2,5%”, detalhou.

Dirceu também citou exemplos internacionais, apontando que grandes economias capitalistas têm promovido reduções nas taxas de juros mesmo sem uma queda significativa da inflação, priorizando o crescimento econômico. “Os países capitalistas centrais estão reduzindo os juros mesmo sem reduzir a inflação, pois sabem que a economia precisa crescer”, comentou.

José Dirceu ocupou o cargo de ministro-chefe da Casa Civil no primeiro mandato do presidente Lula (PT) e continua sendo um dos nomes de relevância dentro do Partido dos Trabalhadores.