Grupo Rosewood nega negociações para transformar Palácio Rio Branco em rede hoteleira; veja nota

O futuro do Palácio Rio Branco, no Centro Histórico de Salvador, permanece incerto, dois anos após ser adquirido pela BM Empreendimentos, do empresário francês Alexandre Allard. Apesar das expectativas de que o espaço se tornaria um hotel da rede Rosewood, da qual Allard também é sócio, o grupo Rosewood negou, nesta terça-feira (06), qualquer negociação nesse sentido.
A BM Empreendimentos adquiriu a concessão do Palácio, construído em 1549, em janeiro de 2022, por um período de 35 anos, conforme a licitação. Em nota, o Grupo Rosewood Hotels & Resorts afirmou que não faz parte das negociações e tampouco participou do processo de licitação do Palácio Rio Branco.
Embora a reforma do prédio ainda não tenha sido anunciada, apurações indicam dificuldades financeiras para custear o projeto como um dos entraves para o início das atividades. Alexandre Allard é conhecido por restaurar prédios históricos e transformá-los em espaços multifuncionais, como hotéis cinco estrelas, bares, centros culturais e empreendimentos residenciais de alto padrão.
A última informação divulgada sobre a concessão do Palácio Rio Branco é que a empresa francesa já teria obtido todas as permissões necessárias das esferas federal, estadual e municipal para iniciar a reforma, resolvendo pendências arquitetônicas. Contudo, o grupo estaria em busca de um aporte financeiro maior para viabilizar a revitalização do espaço.
Além do Palácio Rio Branco, Allard também está envolvido na revitalização do Moinho Fluminense, no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.
O Palácio Rio Branco, situado na Praça Thomé de Sousa, no Centro Histórico de Salvador, foi residência e sede de despachos oficiais dos primeiros governadores do Brasil e vice-reis por quase dois séculos, até a transferência da capital para o Rio de Janeiro, em 1763. Em 1912, foi bombardeado e, posteriormente, reconstruído, recebendo o nome atual em homenagem ao Barão do Rio Branco. Serviu como sede do governo estadual até 1979 e, posteriormente, abrigou a Secretaria de Cultura, a Bahiatursa e o Memorial dos Governadores Republicanos da Bahia. Apesar de sua importância histórica, o palácio não é tombado pelo Iphan devido à ausência de traços de sua arquitetura original.