Haddad diz que governo vai antecipar efeitos da reforma tributária aos data centers

Em viagem aos Estados Unidos para promover o plano de investimentos do governo brasileiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a antecipação dos efeitos da reforma tributária para o setor de data centers. A medida, segundo ele, visa desonerar investimentos e exportação de serviços nesse segmento.
Durante a Conferência Global do Milken Institute, em Los Angeles, Haddad ressaltou que o marco regulatório do setor ainda tramita no Congresso, mas expressou otimismo em relação à sintonia entre os relatores. O objetivo, conforme o ministro, é impulsionar uma economia digital no Brasil que seja "simultaneamente, digital e verde", utilizando energia limpa no processamento de dados e garantindo segurança cibernética e jurídica.
Haddad também destacou a América do Sul como um território favorável a investimentos, oferecendo segurança jurídica, política e energética. No Brasil, a área de infraestrutura foi apontada como particularmente atraente para investidores estrangeiros, devido ao aperfeiçoamento da legislação de concessões e parcerias público-privadas.
O ministro manifestou confiança de que as políticas econômicas do governo Lula, como a reforma tributária, as mudanças no mercado de crédito e no mercado de carbono, somadas ao protagonismo do Brasil no G20 e na COP30, permitirão ao país alcançar um crescimento anual de 3%.
Durante o evento, Haddad expressou o interesse do governo brasileiro em estreitar laços com os Estados Unidos, independentemente da administração em exercício. Ele enfatizou as complementaridades entre as economias dos dois países e a importância de explorá-las.
Em relação à política tarifária americana, Haddad revelou ter conversado com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, defendendo a região da América do Sul e argumentando que a imposição de tarifas devido a déficits comerciais não seria justificável. Segundo o ministro, os dois países estão negociando os "termos de um entendimento" sobre a questão, e a postura do secretário americano demonstrou abertura ao diálogo.