"Não é mais sonho, é necessidade": Presidente do ASA detalha plano para criação da Série E; entenda

Publicado em 04/06/2025 às 03:04:50
"Não é mais sonho, é necessidade": Presidente do ASA detalha plano para criação da Série E; entenda

A criação de uma quinta divisão nacional, a Série E, deixou de ser apenas uma possibilidade e entrou para a agenda prioritária da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A informação foi confirmada por Rogério Siqueira, presidente do ASA e representante dos clubes da Série D, que detalhou a proposta que visa transformar o cenário do futebol fora do eixo principal do país.

A iniciativa é parte de um conjunto de reformulações estruturais em discussão com o novo presidente da CBF, Samir Xaud, eleito em 25 de maio. Segundo Rogério Siqueira, a reformulação da Série D e a introdução da Série E atendem a uma demanda histórica dos clubes das divisões inferiores.

"Temos liderado, junto aos demais membros da Comissão Nacional de Clubes, a busca por tornar a Série D uma competição mais robusta. A proposta é que, a partir de 2027, a Série D passe a contar com 32 clubes na primeira fase, oriundos da fase inicial da Série D de 2026 e dos quatro rebaixados da Série C", explicou o dirigente.

No formato proposto, a Série D seria inicialmente disputada com quatro grupos de oito equipes. Os quatro melhores de cada chave avançariam para as oitavas de final, garantindo vaga na Série D do ano seguinte. A partir de 2028, a Série D estabilizaria com 20 clubes, reunindo esses 16 classificados, os quatro rebaixados da Série C e os quatro que subirem da recém-criada Série E.

A Série E funcionaria como porta de entrada para o sistema nacional, mantendo os critérios de classificação via campeonatos estaduais e inicialmente com 64 clubes. A primeira fase seria em formato de jogos únicos de ida. Os clubes que avançarem garantiriam o acesso à Série D na temporada seguinte.

A viabilidade da Série E ganhou força com a recente decisão da nova gestão da CBF de reduzir as datas dos campeonatos estaduais a partir de 2026, passando de 16 para 11 no calendário oficial. Essa medida, apesar de ter encontrado resistência em algumas federações, como a Paulista, libera espaço para a expansão das competições nacionais, oferecendo um calendário mais amplo e contínuo para os clubes de menor expressão.

"O objetivo é que, em 2028, a Série D funcione como a Série C atual, com 20 clubes, calendário cheio e maior estabilidade. A Série E se tornaria o caminho de acesso para quem vem dos estaduais. Isso significa um calendário mais digno, previsível e profissional para a base do nosso futebol", destacou Siqueira.

A proposta de criar uma quinta divisão reflete modelos já consolidados no futebol internacional. Países europeus possuem estruturas com múltiplos níveis de ligas interligadas por acessos e rebaixamentos. No Brasil, com centenas de clubes profissionais e semiprofissionais, o calendário da maioria se resume a poucos meses de disputa nos estaduais, levando muitos à inatividade ou dificuldades financeiras ao longo do ano.

Samir Xaud tem demonstrado abertura ao diálogo com clubes de fora dos grandes centros, reconhecendo a importância do futebol que não está na elite. "Os clubes são a base do sistema e devem participar ativamente da construção das soluções", concluiu Rogério Siqueira, expressando confiança de que a atual gestão da CBF representa uma oportunidade real para essas mudanças.