Papa fala em 'crise dramática e indigna' em Gaza e critica antissemitismo pelo mundo no domingo de Páscoa

Em meio à recuperação de uma pneumonia, o Papa Francisco, aos 88 anos, marcou presença na varanda da Basílica de São Pedro, no Vaticano, para a tradicional bênção de Páscoa. Sua aparição, no domingo (20), ocorreu pouco após as 12h00 no horário local (7h00 em Brasília), onde proferiu a saudação "Feliz Páscoa" em uma cadeira de rodas, sem necessidade de oxigênio.

Com a ajuda de um colaborador, Francisco expressou preocupação com a "crise dramática e indigna" na Faixa de Gaza, condenou o crescente antissemitismo global e enfatizou que a paz é inatingível sem liberdade religiosa. Ele apelou por um cessar-fogo no conflito entre Israel e Hamas, pedindo a libertação de reféns e auxílio à população faminta.

O pontífice lamentou as mais de 51 mil mortes no território palestino desde o início da guerra, conforme dados do Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, com um ataque do Hamas que resultou na morte de 1.200 israelenses.

Além de abordar a situação no Oriente Médio, o Papa condenou o aumento do antissemitismo, citando dados do Brasil que apontam para um aumento nas denúncias de atos antissemitas em 2024.

A presença do Papa na Páscoa era incerta devido a seu estado de saúde, mas ele fez questão de comparecer, mesmo delegando a leitura da mensagem a um auxiliar. Sua participação nas celebrações da Semana Santa foi limitada, tendo faltado a eventos importantes como a Via Crucis e a vigília pascal.

Apesar das limitações físicas, o Papa fez uma breve aparição pública no sábado para rezar diante da imagem da Virgem Maria e cumprimentar fiéis. A missa de Páscoa, que celebra a ressurreição de Cristo, foi realizada na Praça de São Pedro, com a presença de centenas de religiosos.

Paralelamente às celebrações religiosas, o Papa recebeu o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, em um encontro privado. A visita ocorreu após críticas do pontífice à política migratória do governo de Donald Trump.

Apesar de fragilizado, o Papa Francisco tem demonstrado sinais de melhora em sua saúde, o que permite sua participação em eventos importantes como a bênção de Páscoa. Sua presença, mesmo com limitações, foi muito aguardada pelos fiéis, que expressaram o desejo de vê-lo.

A celebração da Páscoa deste ano tem um significado especial, pois coincide com a mesma data para cristãos de diferentes tradições, incluindo católicos, protestantes e ortodoxos.