Papa Francisco já foi chamado de 'azarado' e expulso do vestiário do San Lorenzo

A paixão do Papa Francisco, nascido em Buenos Aires, pelo futebol e, em especial, pelo San Lorenzo, é notória. Contudo, sua relação com o clube argentino teve um episódio inusitado em 1998, quando ainda era arcebispo da capital. Naquele ano, ele foi expulso do vestiário do time pelo então técnico Alfio Basile, hoje com 81 anos.

A curiosa história foi revelada pelo próprio Basile em 2014, durante uma entrevista à TV pública argentina. Segundo o relato, o presidente do San Lorenzo na época, Fernando Miele, pediu ao treinador, recém-contratado, que permitisse a entrada de um visitante ilustre para saudar os jogadores antes das partidas. Basile, temendo que a presença desconcentrasse o time, que não vivia um bom momento, ordenou a expulsão do tal padre.

Anos depois, em 2013, Basile reencontrou Miele em um restaurante e descobriu a identidade do religioso que havia barrado: Jorge Bergoglio, o futuro Papa Francisco. O técnico, surpreso, prometeu visitar o pontífice para compartilhar a história.

Mesmo após o incidente, Francisco manteve uma forte ligação com o San Lorenzo. Como arcebispo, celebrava missas nas igrejas mais populares, mas, todo 1º de abril, aniversário do clube, realizava a cerimônia na capela do San Lorenzo. Em 2011, dois anos antes de se tornar papa, abençoou a capela Padre Lorenzo Massa, nome que inspirou o nome do time.

Já no Vaticano, Francisco continuou a acompanhar o clube argentino. A conquista inédita da Libertadores em 2014, um ano após sua eleição como papa, foi vista por muitos como um milagre, especialmente por se tratar de um clube com raízes ligadas a um padre. Após a vitória, o elenco do San Lorenzo viajou ao Vaticano para apresentar a taça ao Papa, que declarou: "Ser do San Lorenzo é parte da minha identidade cultural". Francisco era sócio do clube, portando a carteirinha de número 88235N-0.