Papa Leão XIV é acusado de ter acobertado abusos sexuais cometidos por padres

Robert Francis Prevost, agora Papa Leão XIV, ascendeu ao papado após ser eleito na quarta votação do Conclave nesta quinta-feira (8). Contudo, sua eleição ocorre sob a sombra de acusações de ter encoberto abusos sexuais cometidos por padres em duas situações distintas. Os alegados casos remontam às décadas de 1980 e 1990, ocorrendo em Chicago, nos Estados Unidos, e no Peru.
Em Chicago, tanto Prevost quanto seu sucessor, Blaise Cupich, que também figurava como candidato ao papado, foram acusados de inação em relação a dois agostinianos, posteriormente condenados por abuso.
No Peru, onde atuou como missionário nas décadas de 1980 e 1990, Prevost enfrenta acusações de três religiosas de ter abafado denúncias de abusos que alegam ter sofrido por parte de dois padres.
O Vaticano, por sua vez, refuta qualquer irregularidade por parte de Prevost. Um representante da Santa Sé declarou que, "dada a perversidade do abuso sexual clerical, é plausível que o abuso tenha ocorrido sob sua supervisão, considerando que ele era superior-geral de uma congregação de padres atuante em 50 países".
O representante acrescentou: "É também concebível que ele não tenha agido de forma decisiva na punição dos perpetradores e no apoio às vítimas, mas, infelizmente, isso se aplica a quase todos os homens que ocuparam cargos de alta liderança na Igreja Católica na segunda metade do século XX. Os cardeais eleitores teriam dificuldade em encontrar um homem entre eles cujo histórico nesta questão seja impecável".