STJD aceita denúncia contra América-MG e Miguelito por injúria racial a Allano

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aceitou a denúncia contra o América-MG e o jogador Miguelito por suposto ato de injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR, durante partida da Série B. A data do julgamento ainda será definida.

Miguelito foi enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê punições severas para atos discriminatórios, incluindo suspensão de até 10 jogos e multa de até R$ 100 mil. O STJD também avaliará o pedido de suspensão preventiva do atleta, feito pela Procuradoria.

O América-MG também foi denunciado com base no mesmo artigo, podendo sofrer penalidades como perda de mando de campo, perda de pontos e a obrigatoriedade de realizar campanhas educativas contra o racismo.

O árbitro Alisson Sidnei Furtado, que acionou o protocolo antirracismo durante a partida, e o volante Jacy, do Operário-PR, que testemunhou a ofensa, foram indicados como testemunhas no processo.

Além disso, o Operário-PR também foi denunciado por comportamento inadequado de sua torcida, enquadrado no artigo 213, inciso II, do CBJD. Um torcedor foi acusado de cuspir e atirar bebida em jogadores do América-MG. O clube informou que o indivíduo foi identificado e retirado do estádio pela polícia.

O incidente ocorreu aos 30 minutos do primeiro tempo, quando Allano alegou ter sido chamado de "preto do c*" por Miguelito. O árbitro interrompeu a partida por 15 minutos e registrou o ocorrido em súmula. Após o jogo, os envolvidos foram encaminhados à delegacia, e Miguelito foi preso em flagrante com base na Lei nº 7.716/89, sendo liberado no dia seguinte e responderá ao processo em liberdade.

A Polícia Civil segue investigando o caso e solicitou as imagens da transmissão da partida para análise. O Ministério Público também pode apresentar denúncia criminal contra o jogador.