Tarifa no suco pode gerar impacto anual de até R$ 4,3 bilhões no Brasil

A imposição de uma tarifa de 50% sobre o suco de laranja brasileiro no mercado americano, caso se concretize, poderá gerar um impacto anual de US$ 792 milhões (equivalente a R$ 4,3 bilhões) para a cadeia produtiva nacional. Este valor representa um aumento de 456% em relação à safra 2024/25, quando as exportações renderam US$ 142,4 milhões. A expectativa é que a ordem executiva do governo americano seja publicada nesta quinta-feira (31) com implementação na sexta-feira (1°).

De acordo com a CitrusBr (Associação Nacional das Indústrias Exportadoras de Sucos Cítricos), mesmo que a nova tarifação não se some aos 10% já anunciados em abril, o impacto ainda seria significativo, atingindo US$ 635 milhões por safra, um acréscimo de 346% comparado à situação atual. A entidade ressalta que ainda não há clareza sobre a forma exata de aplicação dessas tarifas.

A nova medida, sob a gestão de Donald Trump, pode elevar o desembolso com tributos para US$ 1,3 bilhão anualmente em âmbito global. Anteriormente, esse valor somava US$ 394 milhões. Este cálculo abrange os principais mercados consumidores de suco brasileiro, como Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Japão e China, além de países como Reino Unido, Noruega, Suíça e Rússia.

Os Estados Unidos figuram como o segundo maior mercado para o suco de laranja brasileiro, respondendo por 41,7% das exportações na safra 2024/25, atrás apenas da Europa. Dados da Secex, analisados pela CitrusBr, indicam que 308 mil toneladas de suco foram enviadas aos EUA na última safra, totalizando 85 milhões de caixas de 40,8 quilos e uma receita de US$ 1,31 bilhão. Atualmente, o Brasil já arca com uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada para o suco exportado aos americanos. A associação alerta que, em um cenário de curto prazo, não existem outros mercados com capacidade de absorver o volume que os Estados Unidos deixariam de adquirir.