Unigel recusa proposta da Petrobras para reativação de fábricas de fertilizantes e planta de Camaçari segue fechada

Publicado em 09/05/2025 às 15:22:07
Unigel recusa proposta da Petrobras para reativação de fábricas de fertilizantes e planta de Camaçari segue fechada

A Unigel, importante empresa do setor petroquímico nacional, recusou a proposta da Petrobras para a reativação de duas fábricas de fertilizantes no Nordeste, paralisadas há dois anos. A decisão, já esperada, foi oficializada nesta sexta-feira (9).

A discordância da Unigel reside nos termos do plano da estatal, que previa uma licitação para definir a futura operadora das plantas industriais. O Conselho de Administração da Petrobras se reunirá para avaliar uma possível extensão do prazo para tentar conciliar os interesses da Unigel, que está em recuperação judicial.

A Unigel almejava garantir não só a receita para operar sem perdas, mas também recursos adicionais para a retomada da produção. A proposta inicial, que incluía a desistência de uma ação judicial de R$ 1,4 bilhão e o pagamento de R$ 200 milhões à Unigel para operar as unidades de ureia e amônia sem licitação, gerou controvérsia.

A proposta, segundo fontes, teve influência de um grupo de políticos, mas causou divisão no conselho da Petrobras, com alguns membros preocupados com possíveis riscos jurídicos e questionamentos do TCU e do MPF.

A Unigel arrendou as fábricas de fertilizantes da Petrobras em 2020, durante o governo Bolsonaro, após a decisão da estatal de sair do setor. Contudo, a companhia desativou as unidades em 2023, devido a prejuízos causados pelo aumento do preço do gás natural e pela queda nos preços internacionais dos fertilizantes.

Desde então, a Unigel busca um plano de recuperação financeira com o apoio da Petrobras, mas os contratos negociados foram alvo de questionamentos do TCU e de funcionários da estatal, que manifestaram preocupações quanto às condições propostas. Pareceres técnicos do TCU indicaram que uma das propostas poderia gerar um prejuízo de R$ 487 milhões à Petrobras, sendo considerada uma forma de contornar os processos internos da companhia.